quarta-feira, 7 de setembro de 2011

História da Língua Inglesa 3 (William Shakespeare)


. . .A língua inglesa somente tornou-se o idioma oficial da Inglaterra em 1509. Até esta época ela não possuia regras fixas de gramática que valessem por toda a ilha, e também seu vocabulário apresentava grandes variações com muitas palavras sendo utilizadas em algumas regiões mas não em outras.

Neste cenário surgiu William Shakespeare, escritor de imenso talento que padronizou um vocabulário e gramática para toda a Inglaterra. Simples, não?

Na verdade, não foi tão simples assim. O objetivo de Shakespeare era basicamente compor grandes obras, que pudessem alcançar grande sucesso. Para isto, ele precisava de mais do que a colcha de retalhos que era a língua inglesa da época fosse capaz de proporcionar, então "reformulou" algumas coisas do idioma para aumentar sua capacidade de expressão, inclusive introduzindo nele muitas palavras novas.

Suas obras obtiveram extraordinário sucesso por sua qualidade literária e, de forma indireta, influenciaram profundamente a língua inglesa pois quanto mais sucesso faziam, mais as pessoas passavam a adotar o modo de falar e vocabulário contidos nelas - tornando-os em uma espécie de "inglês padrão" da própria Inglaterra.

Podemos comparar isto, em uma escala muito menor, à influência que novelas da Globo têm no português de outros países, como em Angola (notícia (antiga) que achei no Google agora: "Novelas Brasileiras Causam Danos na Língua Portuguesa").

E assim, graças à Shakespeare, e graças também a Bíblia (como veremos no próximo capítulo), surgiu o "Inglês Moderno"!


Transcript em inglês e tradução (livre, sem fins didáticos):






O vídeo acima, 3o capítulo da "História da Língua Inglesa em 10 Minutos" lançada pela "Open University", diz que de acordo com "o dicionário", Shakespeare teria inventado cerca de 2000 palavras para a língua inglesa. Porém, o mesmo vídeo nos explica mais adiante que isto pode ser um exagero, visto que muitas destas palavras talvez já fossem utilizadas antes e ele teria apenas feito os primeiros registros delas conhecidos até os dias de hoje.

E entre aquelas palavras que comprovadamente foram inventadas por ele, a maioria não "foi criada do nada". Muitas ele pegou de outros idiomas, e outras foram inventadas a partir da junção ou flexão de palavras já existentes.

Conforme a maioria dos estudiosos afirma, se seu objetivo era vender sua obra, não faria sentido que ele simplesmente criasse milhares de palavras que não soassem familiar para ninguém no país.

Ou seja, embora seja inquestionável seu imenso talento literário e sua enorme contribuição para a língua inglesa, a afirmação popular de que ele teria "inventado" milhares de palavras do idioma deve ser vista com muitas ressalvas.

(Não é difícil encontrar listas destas palavras pela internet, como neste link: "http://www.nosweatshakespeare.com/resources/shakespeare-words.htm")


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